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Candelária, 01 de Setembro de 2024


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Município une forças em defesa do tabaco
18 de Março de 2011

Município une forças em defesa do tabaco

Os produtores de fumo de todo País, em especial de Candelária e região, têm dois motivos para perder o sono. De um lado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) abriu guerra contra o fumo e lançou as consultas públicas nº 112 e 117, que propõem a proibição de aditivos na fabricação dos cigarros, restrições na exposição e publicidade e proibição de pesquisas de mercado de cigarros; de outro, as indústrias estão literalmente sacrificando várias famílias ao rebaixarem as classes do fumo para pagar muito menos do que o produto vale. O fumicultor não terá como pagar as contas e entidades ligadas ao setor preveem uma quebradeira geral se algo não for feito.

Na manhã de ontem, o prefeito Lauro Mainardi convocou representantes de todos os segmentos do município para elaborar uma ação conjunta que visa sensibilizar principalmente as autoridades federais. Mainardi reiterou que as medidas adotadas pela Anvisa irão inviabilizar a produção do fumo no Estado e que os reflexos serão duramente sentidos no comércio e indústria, explicando que 50% da movimentação de dinheiro no município tem base na fumicultura. Depois, o chefe do Executivo convocou a todos para se engajar no objetivo de colher assinaturas de um manifesto contrário à implementação das medidas propostas pela Anvisa, observando que o trabalho já vinha sendo feito pelo Sindicato Rural e pela Associação do Comércio e Indústria de Candelária. O presidente do SR, Mauro Flores, calcula que pelo menos 10.000 assinaturas já tenham sido coletadas. O objetivo agora é chegar a 20.000.

Presente à reunião, o vice-presidente da Afubra, Heitor Petry, disse que "a Anvisa está prestando um desserviço à nação". Ele também criticou a postura das indústrias, dizendo que o arrocho a que os agricultores estão sendo submetidos não tem precedentes. "Nota-se que indústrias canadenses, americanas e inglesas parecem ter perdido o interesse em produzir aqui", disse, referindo-se à ampliação da produção e da mão-de-obra oferecidos na África. Ao final, disse que o governo federal somente ouvirá os agricultores se houver pressão.

Em relação à compra do fumo, a posição da indústria é de não aceitar nenhuma quantidade além da estimativa contratada. Quem tem excedente não sabe o que fazer com o estoque nos galpões, já que o mercado paralelo está inativo na atual safra.

O aumento do contrabando de cigarro no Brasil tem sido uma preocupação observada pelo presidente do Sindicato da Indústria do Tabaco (Sinditabaco), Iro Schünke. Segundo ele, "o Brasil está se esforçando para transferir a produção de tabaco para outros Países". A produção de tabaco no Sul resultou em R$ 8,4 bilhões em arrecadação de impostos em 2010.


Mobilização está confirmada para a próxima segunda-feira

Do encontro no gabinete do prefeito, além de definir a intensificação do recolhimento de assinaturas com posições contrárias às propostas da Anvisa, partiu a ideia da paralisação de atividades durante uma hora na segunda-feira, 21, e um ato de protesto na mesma data junto à RSC 287, no trecho entre o Posto Lago Azul e a ponte sobre o rio Pardo. Neste sentido, o presidente da Associação do Comércio e Indústria de Candelária, Clairton Kleinert, solicitou aos associados e colaboradores da entidade para que se juntem ao movimento em defesa da fumicultura, fechando as portas dos estabelecimentos a partir das 8h até as 9h, e convida a todos para integrar o protesto na RSC 287.


ASSINATURAS - Durante a semana, em vários pontos considerados estratégicos das ruas da cidade, as entidades envolvidas estarão colhendo assinaturas para enviar à Anvisa. A Acic também deverá intensificar os trabalhos de coleta junto ao comércio e indústria de Candelária. Os formulários podem ser assinados junto à prefeitura municipal, nos dois sindicatos, agências bancárias e nos jornais da cidade.

Fonte:Folha de Candelaria








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