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Candelária, 01 de Setembro de 2024


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Mais um fóssil de dinossauro em Candelária
15 de Dezembro de 2011

Mais um fóssil de dinossauro em Candelária

Há anos vem se explorando a descoberta de fósseis de dinossauros e demais animais que viveram a bilhões de anos em Candelária. Há cerca de um mês, Carlos Rodrigues, curador do Museu Municipal de Candelária, acompanhado do ajudante Belarmino Steffanello encontraram mais um fóssil nas imediações do Morro Botucaraí.

A parte do animal Triássico, ou seja, de 200 a 2050 milhões de anos atrás, encontrada na RSC-287 em Candelária, pertence a um dicinodonte jachaleria candelariensis e trata-se da mandíbula de um animal herbívoro, com menos de uma tonelada e uma costela, que ainda não foi identificada. Rodrigues destaca que é importante, pois é uma parte de um crânio, possivelmente da mesma espécie de um esqueleto quase completo que há no Museu e significativa por mostrar a quantidade desses animais.

Após verem o afloramento, Rodrigues e Steffanello retiraram o fóssil para não correr o risco de perdê-lo, então, encaminharam fotos do mesmo para o especialista da Universidade do Rio Grande do Sul, o coordenador remoto, Cezar Schultz, professor da universidade, que encaminhou a equipe para analisar o fóssil.

Conforme explica Steffanello, “fomo fazer outro trabalho na localidade e acabamos encontrando o fóssil. Vamos regularmente até as localidades de afloramento, pois, com as chuvas e demais ações do tempo, acabamos sempre encontrando algo”, conclui.

Segundo Flavio Pretto, integrante da equipe da URGS, a dinâmica do trabalho seria a visitação as localidades onde pode haver os afloramentos, “aqui em Candelária, nós temos uma situação especial, que é a equipe do Museu Municipal, que tem treinamento para reconhecer material fóssil e dessa forma, muitas vezes eles fazem a prospecção”.

O paleontologo ressalta ainda que o Museo de Candelária é o único museu no estado que faz a prospecção dos fósseis e que trabalha em conjunto com a equipe de paleontólogos, o que facilitou muito a coleta e a preservação dos fósseis encontrados, não há perda de material, graças a colaboração da equipe do Museu.

          Os materiais fósseis encontrados no município permanecem no Museu Municipal, o local oferece bom ambiente para manter os fósseis protegidos, e já aloja vários materiais que foram analisados. “O papel do museu é muito importante, com as instruções passadas pelo Carlos Rodrigues e que educa a população, para que estejam preparados quando ocorrer uma situação de afloramento”, esclarece Pretto.  

         Rodrigues explica que este trabalho de educação e informação passado aos candelarienses é feito através dos meios de comunicação – jornais e rádios.

          O cientista explica como funciona a dinâmica no momento em que é detectado um fóssil, “O primeiro passo da coleta paleontológica é visitar o afloramento, geralmente as rochas vermelhas são onde se encontram os fósseis, e após é feita uma varredura onde há o afloramento.

Após, limpa-se com um pincel para tirar toda a terra e protege o material com resina, que mantém o fóssil firme, uma espécie de cola. Na seqüência, expõe com delicadeza e, utilizando ferramentas pequenas e dessa forma, estimar o tamanho do animal para a retirada do bloco, sem danificar. A escavação inicia pelas voltas do bloco com a utilização de talhadeiras, cinzéis, motossera especial, com uma serra circular e após a retirada do bloco, o mesmo é envolto em gesso e uma espuma expansível, para que na retirada, o bloco não se desmanche.

        Com relação à importância de mais um achado, o cientista explica que “o registro fóssil é muito pontual, dessa forma, cada pequeno fóssil agrega novas informações, mas, particularmente nesse caso, esse material é correspondente ao período de tempo em que surgiu o grupo dos dinossauros, há uma grande chance de ter preservado em Candelária, testemunho dos primeiros dinossauros que andaram sobre a terra”, pontua.

        Conforme Carlo Rodrigues, é muito importante educar para que a população veja a grandeza do patrimônio fossilífero, tanto para a ciência, quanto para Candelária. “A população valoriza e cuida mais, no momento em que vê o fóssil, mais do que quando apenas toma conhecimento de que foi encontrado”, garante Rodrigues.

         Um exemplo da repercussão paleontológica de Candelária são os fósseis que já foram encontrados do Guaíbassauros, que, já viajaram para vários países para serem estudados por diversos cientistas, e cada vez mais, o município irá atrair estudiosos e turistas em função dos dinossauros, conforme Rodrigues. Nos próximos 3 anos, cerca de cinco espécies novas serão descobertas.








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