CANDELÁRIA (RS) – Quem visitar a Expocande,Feira Industrial, Comercial e Agropecuária de Candelária, que acontece de 26 de abril a 1º de maio, no Parque Municipal de Eventos Itamar Vezentini, vai se deparar com uma escultura em tamanho real e inédita de um Tecodonte, o Prestosuchus chiniquensis, que habitou o planeta há cerca de 234 a 228 milhões de anos, no período Triássico Médio, antes dos dinossauros. A iniciativa é do Museu Aristides Carlos Rodrigues, sediado no município, que além da reprodução vai expor outras peças pertencentes ao acervo do museu. “Certamente o Museu da Paleontologia será uma das principais atrações da Expocande, atraindo a atenção de visitantes de todas as idades”, destaca o presidente do evento e secretário municipal de Turismo, Cultura e Esporte, Jorge Mallmann.

            De acordo com o curador do museu, Carlos Nunes Rodrigues, a reprodução do réptil – a cargo da empresa JC Fibras, de Candelária -  será feita através de uma escultura digital do professor Adolfo Bittencourt, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). “O animal será construído em tamanho original, alcançando sete metros de comprimento e quase dois metros de altura”, salienta. No local haverá também cinco peças originais de Tecodonte para apreciação do público.

               CRÂNIO - Além disso, durante a Expocande, o Museu de Candelária vai apresentar, também, a peça mais recente do local, um crânio fossilizado guardado em um galpão há mais de vinte anos, que foi doado para o acervo do museu no final do ano passado. Conforme o curador, a peça foi levada ao laboratório de paleovertebrados da Ufrgs para análise, que apontou como um animal desconhecido, sendo o sexto na história do Museu. “Sua forma indica um espécime com características bem primitivas, exibindo as expressões dos arcossauriformes (arcossauro basal)”, explica.

Candelária é conhecida desde  a década de 30 pela comunidade científica de paleontologia como detentora de um dos pontos de maior concentração fossilífera de restos de vertebrados do período Triássico, de cerca de 230 milhões de anos, no Brasil e no mundo. O reconhecimento ocorre dado às circunstâncias de que o município possui o registro mais completo das faunas de vertebrados deste período e conta com a maior variedade de espécies, bem como tem a ocorrência de madeiras petrificadas e vestígios da presença de animais invertebrados da mesma época.